Sucumbúzio – caco 5

todavia os heróis morrem e os finais são trágicos e os meios sempre justificarão os fins. A Poética já não tem mais razão! O mundo é cruel e o antagonista vive incólume e suntuoso enquanto o protagonista padece sob a miséria de suas misérias. A apatia sucumbe a cada erro no silêncio e na inércia…

Sucumbúzio – caco 4

  é a loucura batendo à porta como um elogio. Schopenhauer e sua representação. Saramago e seus ensaios. Drummond e seu enlaço. O espelho de Guimarães. Seria o intento da expressão segurar esse espelho? A estante não suporta tanto peso.  A Utopia se esfarela com as pontas quebradiças das folhas secas. A República está suja…

Sucumbúzio – caco 3

talvez fosse “saudade” cuja rima eterniza uma vida inteira com traços de dor. Poderia ser “aboaci” que não tem tradução literal e por isso é única e bilíngue. Quem sabe, também, “mualiente” que não é imprudente, mas insana, mesmo para o doido que narra. Contudo, ainda, outra palavra seria “pertilânio” e assim, mais uma variação…

Sucumbúzio – caco 2

talvez, quem sabe, esse pobre sorumbático estivesse em busca do tempo perdido, no encalço de Proust, na introspecção e observação do mundo como um louco, num arroubo frenético de insanidade, na reminiscência e no redivivo das sensações e emoções. Não duvidaria se, o antes, aspirante à escritor e, agora, insano, surtasse balbuciando palavras lancinantes e,…

Crônica

A luz vermelha do letreiro falhava de vez em quando naquela noite. Entrei. “Fool in the Rain” encheu ainda mais de boemia meus passos noturnos. Pedi cerveja. Esperei por mais de uma hora. Ela não apareceu. Juntei-me aos bêbados que discutiam Bukowski. Senti-me contente por não estar apaixonado.

Sucumbúzio – caco 1

era um infeliz, um ignóbil aspirante à escritor em busca da palavra perfeita. Existe uma palavra perfeita? O que é perfeito? Seria muito se esse miserável conseguisse uma oração, na junção de letras tortas na construção de uma frase relevante; ou se tivesse muita! mas, muita! inspiração e suor, um parágrafo; um mísero e único…

Introspecto

Era sábado à noite. Eu não saí. Fiquei ouvindo The Dark Side of the Moon até minhas pestanas incharem. Tentei dormir… já era madrugada quando eu lia Pergunte ao Pó. Eu queria ser escritor. Apaguei a luz e dormi.

Sonhos

    As lágrimas de José molhavam o travesseiro. Ele pensava em alguém que ainda não conhecia, mas sabia que ela existia em algum lugar do mundo, do vasto mundo; sua existência não seria somente rima e nem mera solução, os dois sim seriam consonância e a saída para sua solidão. José imaginava que ela…