Sem título XXIII
Parságada que me espere! Estou indo… Sem vindo!
Parságada que me espere! Estou indo… Sem vindo!
Gastei tempo procurando versos Aos quais não daria nem um título Procurando feito Drummond Interpretando feito Pessoa Não é comparação É pura alucinação De um pobre prosador Que rabisca a tinta Na tela chamada leitor. A arte está em seu sorriso.
A noite compunha os sons das avenas E o vento trazia viços de outro lugar.
A gente faz de tudo Pra deixar um traço de nossa existência E como não tenho filhos Escrevo.
Existem mulheres Que são mais que humanas. Basta ser mulher.
Li-me, tá! Sem me limitar. Só pra melhorar. Leio-te, viu! Com mui enleio. Só pra aperfeiçoar O que és O que crê O que ví. As páginas crescem assim!
Se a ira que consome A dor que chora Revela de vez o pranto O alarde que antes devora. Se pudesse ver o espírito Travar luta com a face Jorraria da guerra sangue límpido Sem instrumento que assim o tocasse. Os restos que murmuram na relva Exalam o medo repentino da morte No…
Tenho sede… Rasgo meu féretro Que logo se transforma numa tempestade. Meu corpo traidor Entrega-se inerte E vulnerável… No deserto O sol da manhã se adentrou. Esquiva-se furtivamente O estandarte. Ilusões perdidas Envoltas às analogias do ermo. Tenho frio… Não sinto meu jazigo De onde emerge o estranho. Outrora o relento fora algoz…
As lágrimas são o meu refúgio E conforto. Deslizam pela minha face E fazem do meu retrato Uma imagem de solidão. As lágrimas lavam o meu cerne E dão vida e cor Aos meus olhos tristes. As lágrimas rompem o meu orgulho São delicadas… São fortes A ponto de desvendar As minhas mais…
Por favor, Não quero dizer o que sentir. Esteja onde estiver, Obrigado por existir. Não estou longe, Posso assegurar. Estou aonde estará. Desnudo, O vento sopra onde quer E se por vezes Algo infame me escapou pelos dedos, Peço perdão. E tenho que admitir: “– Morria todo dia Por deixar definhar meus tesouros Em…