O Sétimo Selo

 

“E havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.”
– Apocalipse (8:1)

 

É muito clichê dizer que este filme é uma obra prima, uma pintura do cinema e que com certeza encabeçaria minha lista de filmes preferidos. Mas não me importo, digo isso tudo e quantas vezes forem necessárias. O Sétimo Selo é isso tudo e muito mais que eu não consigo traduzir.

O sétimo selo ou, Det sjunde inseglet, em sueco, é um filme produzido em 1956 e foi baseado numa peça de teatro que o próprio Bergman escrevera, chamada O retábulo da Peste, e na sinfonia de Carl Orff, Carmina Burana.  O filme ambienta-se num cenário um tanto quanto apocalíptico: a Idade Média européia, em um período caracterizado essencialmente pelo caótico e pela destruição – ambos são conotados através das Cruzadas e da, cada vez maior e mais violenta, infestação da Peste Negra.

Eu já gostava muito do filme, por seu aspecto sombrio, por suas metáforas e personagens fascinantes. E agora, com a experiência da morte mais próxima de mim, comungo com Bergman o terrível terror que ele sentia da morte, do saber que deixaremos de existir. Para superar tal temor, em seu livro Imagens, Bergman descreve que retratou a Morte com um aspecto de caveira e, ao mesmo tempo, de palhaço. Uma Morte que não tem segredos – ao ser questionada, não faz mistérios – e até bem humorada. Eu, por tanto, escrevo, e como todo escritor anseia em ver seus personagens criando vida, existindo em seus leitores, mesmo depois da morte.

Por fim, O Sétimo Selo é uma obra prima do cinema e uma quebra de paradigmas. Nele, Bergman rompe com diversos elementos religiosos, mas apresenta o ser humano de uma maneira mística. Merece ser visto e revisto pelos amantes da sétima arte, afinal, a cada nova assistida percebemos elementos antes escondidos.

 

Referências:

http://www.unicamp.br/chaa/PDFTrabs/MI-OsetimoseloBergman.pdf

http://www.cantodosclassicos.com/o-setimo-selo-1957-resenha/

 

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